quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Resenha - SOTUS

Bom, às vezes algumas pequenas coisas aparecem em nossa vida e mudam completamente o nosso destino. Pode ser uma pessoa, uma música ou uma pequena pérola, mas é certo que são todas coisas pequenas que provocam em nós grandes reações em cadeia e se tornam verdadeiras avalanches em nossa vida.

Uma pequena pedrinha vai deslizando e aos poucos empurrando pedras um pouco maiores do que ela e quando percebemos, uma grande rocha foi arremessada a nossa frente fez com que nossa paisagem mudasse completamente. O jardim que antes continha apenas flores agora é formado por rochas e flores. Não deixou de ser um jardim, mas está diferente. Não necessariamente se tornou mais feio ou mais bonito também, mas está diferente. Assim também acontece com cada um de nós, mudamos, ficamos mais bonitos ou não, mas não continuamos sempre os mesmos. 

Assim foi a história que acabei de ver. Duas pessoas que viviam suas vidas, cada uma em seu jardim, mas que se tornaram reações em cadeia uma na vida da outra e logo se tornaram uma só. 

As pedras que se deslocaram provocaram sim muito barulho e fizeram certo estrago ao cair naquele jardim, isto é, eles sentiram muita dor em sua jornada, mas é certo que hoje já não são mais os mesmos. 

Engraçado como as vezes uma série pode despertar na gente tantos sentimentos assim. Claro que isso é devido em parte a minha sensibilidade exagerada, mas é também certo que foi uma história que me marcou profundamente, e deixou em mim belíssimas cicatrizes.

Como parte do meu plano de férias de ficar em casa sem ver ninguém eu baixei alguns filmes e uma série pra ver enquanto meus pais viajam e a casa fica mais vazia e tranquila. Entre esses está a série Sotus, que eu acompanhei o lançamento pelo Facebook mas que ainda não tinha me interessado em baixar, sabe-se lá porquê, provavelmente preguiça. Então, como ela foi encerrada recentemente e um dos fansubbers que acompanho terminou as legendas eu resolvi vê-la, e não poderia ter sido mais feliz em minha escolha: QUE COISA MAIS LINDA!

Tudo nela é lindo: o elenco é lindo. um sapão mais gato que o outro, e afinal, quem reclama de ficar 15 episódios olhando pra duas coisas fofas aprendendo a se amar? Sério, Ruangroj Prachaya (Kongpop) e Sangpotirat Perawat (P'Athit) são mais fofos que filhote de panda, sem mas. A trilha sonora é linda, aliás você fica cantando horas depois de assitir. E até o elenco de apoio foi bem escalado, que atire a primeira pedra quem não suspirar pelo Khunatipapisiri Korn (Tew) que também participou de Love's Coming e Love love you ou pelo Thitipoom Techaapaikhun (Em) que deveria levar o troféu de "Lábios mais bonitos da Tailândia" ou pelo menos competir com o Perawat por ele... (Agora sério, joguem esses nomes estranhos no google e suspirem comigo)

Voltando...

Em resumo, ela fala de dois rapazes que se conheceram num trote universitário onde os veteranos tem total controle disciplinar sobre os calouros, e exatamente aí foi onde os destinos deles se cruzaram: um veterano sério e extremamente apegado a suas regras e um calouro cheio de opinião e que em nenhum momento abaixou a cabeça para o mais velho. Não seria de se estranhar que houvesse muito atrito entre os dois e muito menos que não se apaixonassem, afinal, dizem que a linha entre o amor e o ódio é tão tênue que muitas vezes se torna imperceptível. 

Enfim, depois de muito implicarem um com o outro, ambos começam a se entender melhor e a alimentar os sentimentos que viam nascendo daquele atrito. 

O maior diferencial dessa história foi a forma como os personagens foram evoluindo ao longo de apenas 15 episódios. O amadurecimento do sentimento de cada um deles foi notável e penso que quando algo é bem conduzido assim, quem assiste acaba evoluindo também. 

Admito, eu assisti todos os 15 episódios em apenas 2 dias e já estava psicologicamente preparado para um final triste, afinal, as produções orientais não são conhecidas por seus finais felizes e eu esperava que o casal principal terminasse separado por algum causa bizarra e absurdamente escrota, como costuma acontecer, já que geralmente eles matam um protagonista ou mandam ele pro fim do mundo pra estudar e acabam separados pra sempre. Mas não, DESSA VEZ O FINAL FOI FELIZ!

Ta, não só feliz, foi tipo, MUITO FELIZ, eles terminaram bem, juntos, felizes e se amando MUITO!

Sério, não consigo nem escrever direito tamanha minha empolgação aqui, ainda ouvindo os temas de abertura e encerramento da Trilha Sonora Original, que aliás, conta com a participação do mesmo estúdio e cantor da abertura de Make it Right, ou seja: selo de qualidade reconhecido pela casa (no caso eu).

Momento adolescente aqui, mas eu to praticamente aos prantos tentando dizer ao mundo que todas as pessoas constituídas de inteligência precisam ver essa série. 

Tá, exagero meu, nem todas, acho que nenhum hétero ia tolerar tanto fanservice, mas ok... 

De qualquer forma, essa série foi uma pequena pérola que, começando a rolar provocou uma enorme reação em cadeia na minha vida, jogando sobre o meu jardim enormes rochas que mudaram a paisagem do meu coração.

Agora Kongpop e P'Arthit fazem parte da minha vida, deixaram em mim cicatrizes profundas, porém belas. Em poucas horas fizeram de mim uma pessoa melhor, me mostraram que se realmente insistirem, podem conquistar quem amam, mostrando a força do seu amor. Isso é importante, acho que hoje no mundo falta justamente a coragem e a persistência de Kongpop em conquistar seu amado. Se todos lutassem por seus amores como ele, o mundo seria um lugar melhor.

No entanto eu também escrevo com uma tristeza no coração. A série não tem indícios de que haverá uma continuação. Não que não tenha sido boa, mas porque a jornada dos personagens já se completou. Só tem um pequeno probleminha:

NÃO TENHO MAIS RAZÃO PARA VIVER, O QUE EU VOU FAZER DA MINHA VIDA MISERÁVEL AGORA?

É o lado ruim de devorar a série inteira em dois dias e agora ter de lidar com o vazio existencial que a ausência dela vai provocar na minha vida. 

Mas vida que segue, a alegria que eles me proporcionaram não será esquecida, e para sempre vão aquecer meu coração quando eu já não mais quiser acreditar na vida e no amor. Essa é a reação em cadeia que provocaram em mim: eu apenas ia assistir para matar o tempo ocioso, e acabei mergulhando de cabeça na história que por fim, acabou me ensinando a não desistir do amor.

Obrigado por isso Sotus!

"Não tenho medo, não tenho medo de tempestades,
Eu sigo em frente se estiver ao meu lado!
Está tudo bem porque não vou mais soltar a sua mão.

Vamos deixar o amor nos mostrar o caminho.
Nosso objetivo não será apenas um sonho!

Contanto que eu e você permaneçamos juntos, 
Nosso alvo não ficará fora de alcance!

Ainda que eu tropece, meus olhos não perdem o foco!
Minha mente nunca se desvia do sonho que eu tenho. 

Ainda que eu tropece, minha mente nunca se desvia,
Ainda que eu seja derrubado, eu nunca irei soltar a sua mão.

Ainda que haja obstáculos no nosso caminho, 
Se você estiver comigo em minha jornada
Eu irei continuar não importa o quão cansado eu esteja

Vamos deixar o amor nos mostrar o caminho.
Nosso objetivo não será apenas um sonho!

Contanto que eu e você permaneçamos juntos, 
nosso alvo não ficará fora de alcance!

Ainda que eu tropece, meu olhos não perdem o foco!
Minha mente nunca se desvia do sonho que eu tenho. 

Ainda que eu tropece, minha mente nunca se desvia
Ainda que eu seja derrubado, eu nunca irei soltar a sua mão."

(Trecho da tradução de Soh Sut Soh Say de Keng Thachaya, tema de abertura de Sotus - The Series)

Penso que a escolha dessa faixa como tema de abertura tenha sido muito, muito feliz, pois ela mostra bem o espírito que a série nos passa. Espírito que, aliás, é destaque na série no episódio de captura da bandeira, o que em minha opinião foi o melhor episódio, onde aprendemos finalmente o significado por trás do sistema de trotes.

Esse é portanto o espírito da série, o espírito de Kongpop, que mesmo enfrentando a dificuldade de ter de fazer um curso do qual ele não gosta, ele se sente impelido a continuar para ficar ao lado de seu amado e assim final conseguir conquistá-lo. 

Aprendemos com essa reação em cadeia então sobre perseverança e sacrifício, afinal, no fim o esforço foi recompensado. E deve ser assim também em nossas vidas, mesmo que a gente caia, tropece, não podemos perder de vista o foco nos nossos sonhos, se não conseguirmos acreditar neles, nunca se tornarão realidade. E também precisamos de alguém ao nosso lado, alguém para nos dar a mão e nos ajudar quando a caminhada se tornar difícil. Se segurarmos firmemente nas mãos de nosso amor, nada poderá nos desviar. 

É uma lição valiosa, mais pessoas deveriam aprendê-la, ou talvez não, talvez não tenha para mais ninguém o significado que teve para mim. Talvez essa seja a minha lição, lição que agora se tornará o meu sonho, e que segurando na mão do meu amor eu irei perseguir com todas as minhas forças!

O fato é que não serei mais o mesmo quando acordar amanhã. Levarei comigo a partir de agora esse aprendizado, tanto é que nems equer consigo parar de escrever e finalmente ir dormir, pois preciso levantar cedo amanhã, mas é isso, uma lição de 15 episódios pra toda a vida, mais uma vez:

Obrigado por isso Sotus!

2 comentários:

  1. Muitos dos seus sentimentos, emoções, desejos, conhecimentos obtidos e ações do viver foram semelhantes ao meu, tamanho impacto dessa série, que depois veio "Sotus S" (que adorei sua apreciação crítica) e Our Skyy, quinto episódio... Sou fã e assisto sempre.

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    1. Fico feliz que tenha se identificado, mais um sinal de que trata-se de uma obra memorável, digna de ser guardada em nossos corações.

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